1

Diz a história que o sorvete foi criado na China, há 3 mil anos. É de lá também a fábrica do americano Ulisses Harkson, criada em 1930. Com a pressão criada pelo Japão, na época da Segunda Grande Guerra, o ianque decide mudar a empresa de lugar e manda o seu principal executivo, John Kent Lutey, para investigar o mercado na Argentina 

2

No caminho, porém, havia uma escala no Rio de Janeiro e ele se encanta pela cidade maravilhosa. Aqui, em 1941, ele instala a US Harkson Brasil, numa fábrica de sorvete desativada, a Gato Preto, aos pés do Morro da Mangueira 

3

É lá onde mora um mulata vistosa, chamada Francisca. Encantado por ela, o gringo relaciona a cor do sorvete que produzia com chocolate, leite e malte, com a imagem da carioca e batiza o produto com o apelido dela associado ao nome brasileiro que dera para a marca americana, Sorvex Kibon 

“Sem sorte não se chupa nem um Chicabon. Você pode engasgar com o palito ou ser atropelado pela carrocinha”, Nelson Rodrigues

4

Nasce o Chica-bon (grafado inicialmente com hífen), vendido numa caixinha, em 50 carrocinhas que se espalhavam pela cidade.

5

Na mesma época, a música “Chica Chica Boom Chic”, gravada por Carmem Miranda, fazia grande sucesso e há quem diga que, se não influenciou na escolha do nome do sorvete, ajudou muito na época do seu lançamento. Controverso, aliás.

6

O cartaz usado na campanha publicitária trazia uma mocinha num traje de frente única, ousado para padrões mais tradicionais. Eleonora Fuchs, de 19 anos, ficou famosa, mas abandonou a meteórica carreira de modelo para casar. 

Outros clássicos que marcaram a história do sorvete no Brasil

Lata de sorvete – Para o doce em massa. Ao longo do tempo, ela ganhou motivos decorados até ser substituída pelos potes de plástico. 

Tijolos de sorvete – O formato permitia cortar o sorvete em fatias, um charme a mais para sobremesa 

Eskibon  – O primeiro sorvete da Kibon foi inspirado num similar chinês, feito com doce de feijão 

Plastito – O palito de plástico que vira um brinquedo de encaixar foi uma febre no início dos anos 1970