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Que tal ter a cerâmica que os chefs adoram?

Alex Atala, Claude Troisgros, Felipe Bronze são alguns deles

Robert Halfoun
Curador


Se por mais de um século a porcelana chinesa e a argila branca, branquíssima, dominaram as mesas mais bem-postas do mundo da restauração, os últimos anos vivenciam uma nova experiência: a comida-arte exige molduras de personalidade. 

 

Foi mais ou menos isso que o casal de publicitários Gabriela Neves e Alex Hell, do Studioneves, concluiu durante o mestrado em comunicação empresarial em Barcelona: “Vimos como os restaurantes valorizavam o design em cerâmica. Em São Paulo, uma cidade gastronômica, isso também poderia acontecer, certo? Assim planejamos o Studioneves gourmet design”, conta Alex. 

 


Com sua boina e sorriso tímido inevitáveis, ele escuta com atenção o que e como o chef quer apresentar, observa o estilo do restaurante e a iluminação do ambiente, abre espaço para o diálogo criativo. No ateliê, Gabi imagina e desenha. Então, como se ambos ouvissem o que a comida tem a dizer, dão início a um ritual quase litúrgico –a argila, o torno e a concentração; as estecas, o compasso, os modeladores; a esmaltação e a queima a mais de 600°C; o descanso e a peça resistente. Um processo artesanal, minucioso, objeto a objeto para mais de uma centena de restaurantes.

 

A bem dizer, em 2011, os primeiros pratos, copos e bowls foram concebidos para uso doméstico, mas logo caíram nas graças de cozinheiros. O primeiro foi o espanhol Oscar Bosch (do Tanit, mas na época à frente do bufê CookMe e dos congelados Croquete & Co.). Depois vieram Alex Atala, Claude Troisgros, André Mifano e Manu Buffara. Ela diz: “Conheci o casal pelo Atala. Contei um pouquinho da minha história e de como gosto de montagens delicadas e a escolha dos tons da cerâmica foi baseada nas cores dos ingredientes: com peixe, peças claras; com carnes, algo mais intenso. Chegamos a louças que mostram a essência do trabalho e andam junto com o prato”. 


 

A avaliação precisa da cozinheira poderia definir o trabalho da dupla: a cerâmica autoral não é só uma moldura bonita, mas uma forma de enaltecer ingredientes.

 

Assim, no boca a boca, o casal que agora vive em Portugal passou a atender centenas de clientes dentro e fora do país. A lista é boa: El Celler de Can Roca, Mirazur, Etxebarri e Quique da Costa, na Espanha;  Quay, na Austrália, Central, no Peru. No Brasil, craques como Alberto Landgraf, Ivan Ralston, Bárbara Verzola e Pablo Pavon, Felipe Schaedler e Felipe Bronze, só para dar um exemplo, amam o trabalho do casal.

 


“O nosso objetivo é inovar sempre, por isso o trabalho está em constante evolução. Para oferecer cerâmicas da mais alta qualidade, nós pesquisamos, pesquisamos e pesquisamos. E depois testamos, testamos e testamos. Não temos medo de errar. E quando acertamos, continuamos com os pés no chão, conscientes de que podemos melhorar ainda mais”, diz Alex.

 

No final das contas, o trabalho do Studio Neves é reconhecido pela alta qualidade, baseada em três pilares:  durabilidade, design e sustentabilidade. Coisa finíssima.

 

A boa notícia é que o casal, sim, não atende apenas os profissionais de cozinha, mas também gourmands, seja com peças já desenhadas, seja com trabalhos exclusivos.

 

 www.studioneves.com