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Mineiro não come quieto e inventa o Festival Fartura

Faz tempo que Rodrigo Ferraz cultua produtos e pequenos produtores 

 

Os produtos de pequenos produtores são os meninos dos olhos da gastronomia. Todo chef adora, não quem   não queira descobrir aquele queijo incrível feito nos cafundós da serra ou a couve-flor roxa ou ainda o melhor pé-de-moleque do mundo. Comer, no entanto, não é o suficiente: é importante saber de onde a comida vem, quem fez, como foi feita, qual é o manejo do cultivo e por aí vai. 

 

 

No Brasil, esse conceito vem sendo repetido como uma ladinha por nomes como Atala e Sudbrack. Há mais gente, no entanto, fazendo coro faz tempo. Um deles é o Rodrigo Ferraz. É esse o mineiro por trás do Fartura, o projeto que envolve eventos gastronômicos de grande porte, fruto de expedições Brasil adentro, em busca da cadeia produtiva de 12 estados. Desde 2011, ou seja, muito antes de muita gente ouvir falar do queijo-incrível-dos- cafundós-da-serra, ele e a sua equipe estão rodando o país e registrando tudo, num material riquíssimo que já virou vídeos e livrões lindos.

 

 

A proposta é revelar gente como a Gecilene Fernandes, que faz panelas de Barro no Espírito Santo; do Engenho São Lourenço, do Maurício Brandão, nas Alagoas; da D. Kalu, que faz uma damorida (tipo de moqueca) dos deuses, em Roraima; do Isalino Soares, que cata pitu, no Amapá. 

 


A história de Rodrigo começou quando, depois de fazer um sucesso arrebatador com uma cervejaria em Belo Horizonte (ele antecipou esse movimento também), se envolveu na produção do Festival de Gastronomia de Tiradentes e percebeu que podia
 ir além. O Fartura então nasce do desejo de apresentar tanta gente bacana descoberta nas expedições para o grande público. 

 


Hoje, o evento passa por algumas das principais capitais do país e reúne milhares de pessoas, ávidas por participar do rico encontro entre chefs dos mais variados estilos e produtores de muita coisa legal. Diz o ditado que o mineiro come quieto.
 Rodrigo Ferraz não.